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Inquietação cor-de-rosa.

“Cá dentro inquietação, inquietação, É só inquietação, inquietação”

A vida transporta-nos para dois mundos. O real, aquele onde a nossa presença física se impõe e existe. Onde estão a nossa família e amigos. O nosso, onde a mente passeia vã e dormente por entre memórias e vontades. Receio estarmos presos no nosso.

Aqui, onde estou. Sei que não estou. “Estou bem onde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou”

Num mote autista de viver, onde só as nossas regras e desejos ditam a reacção aos estímulos. Difícil saída. Difícil decidir. Encontram-se ideias, tormentos, dúvidas e crenças. Exaustões desequilibradas por momentos não vividos mas elaborados. Abstracção socorrida de monossílabos rudimentares. De repente, voltamos. Por momentos esquecemos o nosso pensamento e estamos ali. Mais um pouco e não estamos novamente. A nossa vida naquele mundo paralelo parece sempre tão mais colorida e sorridente. Tão mais vivida e cinematográfica. Pintamos o mundo de cores pastel e rodopiamos em prados verdejantes cheios de flores raras. Imaginamos cada detalhe e decoramos cada pedaço de céu. Cada margem de rio, cada toalha de piquenique. Perdemo-nos em fantasias rosadas naquele minutos antes de adormecer. Desejamos sonhar com aquele início pensado.

A felicidade é a âncora que nos prende ao que está efectivamente a acontecer. Não há necessidade de sonhos, realidades paralelas ou suposições. Estamos ali. Realmente. A viver cada microsegundo de nós. Onde queremos estar. Por isso, há que ser feliz em cada momento mesmo que minúsculo. Abandonemos o nosso mundo imaginário e deixemos as expectativas erradas que ele nos incute. Sejamos o aqui e agora. No expectations. Tornemos tudo mais livre e menos racional.

acrushon
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