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Sete Cidades, a mais gira da festa.

Há algo de misterioso ali. Muitas histórias se contam mas poucas fazem jus ao seu esplendor.

Enevoada.

Como que por descobrir. Como que a se esconder para que a podridão humana não a encontre e destrua. É uma bipolaridade entre a introversão tímida e obscura e uma imensidão brilhante e avassaladora. Um ser mosaico. Com um olho verde e outro azul, imerso em lendas, mitos e histórias de maravilha.

É uma rapariga de olhar dócil mas cheio. Cheio de naturalidade rara. Daquelas que já não se fazem. Daquelas que já só existe um exemplar e temos uma única hipótese na vida de a vislumbrar.

Ontem vi-a. Primeiro escondeu-se. Faz sempre isto. Quando não conhece alguém fecha-se sobre si. De tal modo que se torna invisível. Coordena o céu a seu favor. “Estou farta de ter visitas! Quero estar descansada. Deixem-me estar sozinha no meu canto!”

Sofre em silêncio pela necessidade que o mundo tem de a observar. A sua beleza fascina as pessoas de tal modo que sobrevoam oceanos para ter oportunidade de a fotografar. É uma diva dos tempos modernos mas só deseja a sua solidão verde azulada. É a tendência da estação mas só quer que não lhe travem a respiração livre com gases de escape. Quer ser pura toda a vida mas cada dia que passa, a tentam corromper mais. Quer ser a pérola escondida do mundo mas a sua imagem está cada vez mais viral e apetecida pela humanidade.

Nunca te rendas. Mantêm-te sempre tu. Sê sempre a Lagoa das Sete Cidades, aquela que é difícil e só aparece na festa quando quer.

 

Photo Credits: Chris

acrushon
2 Comments
  • Ana Couceiro Pires

    Os Açores estão na minha wishlist 🙂 2016 podia fazer-me a vontade, não achas? ahah

    19 Janeiro, 2016 at 2:40 Responder
    • acrushon

      Olha, não gastei quase nada e foi um fim-de-semana extraordinário. Vou escrever entretanto o artigo de como foi e o que fiz 🙂

      21 Janeiro, 2016 at 0:42 Responder

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