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Preparar uma viagem no transiberiano.

Não é fácil. Há demasiados detalhes que é preciso ter em conta mas confesso que fizemos tudo nas calmas e há algumas coisas que acabaram por ficar pendentes. Desde a Birmânia que falávamos de fazer esta viagem e rimos muito quando saíram aquelas notícias todas sobre a maior viagem de comboio do mundo.

Os voos e decisão do trajecto.

Esta foi simples! Sabíamos que queríamos fazer o inverso do que é mais comum. O mais normal de quem faz o transiberiano é ir até Moscovo e de lá seguir até Pequim, ou Vladivostok se quisermos fazer todo o percurso.

Lemos que a maioria dos turistas faz deste modo. No entanto, lemos também que os locais usam muito mais o comboio no percurso ao contrário. Para além disso, dado que temos pouco tempo achámos que contraria o fuso horário podia ser um mecanismo para ganhar tempo. Vamos ver se a nossa teoria faz sentido. Quando voltar vou saber dizer melhor.

Trabalhamos e por isso as férias não são infinitas. Só temos duas semanas agora e a opção era fazer outra  viagem ou fazer esta mesmo tendo noção que podemos não conseguir fazer todo o percurso e ter de apanhar um voo interno para chegar a Moscovo. Há que abraçar a vontade. Não deixar para depois aquilo que se deseja agora. Por isso, vamos! O voo ficou apenas 380€ ida e volta. Ida para Pequim (China) e volta de Moscovo (Rússia). Vamos fazer o chamado “Transmongoliano”. Ou seja, que passa pela Mongólia. Ou pelo menos é essa a nossa vontade. O que me faz seguir para a secção mais complexa…os vistos.

Vistos.

Começo por dizer que não é fácil comprar um voo à maluca e querer vistos para três países sem taxas de urgência. Mas também não teria metade da graça de outro modo.

Começámos pelo da China. A embaixada da China fica na Lapa e no site explica tudo. No entanto a taxa já não está actualizada. Diz 35€ mas foi 60€. Foi super rápido. São 4 ou 5 dias para estar pronto mas também conta o fim-de-semana.

No dia seguinte fomos logo tratar do da Rússia. Neste site conseguem ver tudo o que é preciso. Aqui já há alguns detalhes a ter em conta. É preciso uma “Confirmação de receção de turista estrangeiro de um operador de turismo na Rússia com licença válida”. Como vamos sozinhas e por nossa conta, descobrimos que a Real Russia nos poderia dar esta carta de convite. Ficou cerca de 18€ cada uma. Para além disso, para a Rússia é preciso ter um seguro que tenha uma cobertura das despesas médicas no território da Russia por acidente ou doença súbita no montante mínimo de 30.000 EUR. Vimos vários valores e acabámos por pagar o seguro da Fidelidade que ficou por volta de 46€ cada uma. O visto foi 65€ e demorou uma semana. 

O da Mongólia…nem sei que vos diga. Não há embaixada da Mongólia em Portugal, apenas consulado e não fazem vistos. Até 31 de Dezembro do ano passado, maior parte dos países europeus não precisavam de visto. Sorte das sortes. Agora é necessário. Disseram-nos para contactar a embaixada de Paris. Enviei email e não me responderam. Ligámos e disseram para vermos tudo neste site.

Fizemos tudo direitinho e enviamos os documentos (passaportes inclusive) para a Mon-visa que  é a agência que tem protocolo com a Embaixada da Mongólia em Paris segundo o site oficial. Para além de termos preenchido tudo online como eles pediam e eles terem recebido a informação de que a nossa encomenda iria ser enviada, mandámos ainda um email.

Enviámos pela Alfaloc que é um serviço muito bom e infelizmente não conseguiram entregar. Tive de pedir para a encomenda voltar para trás porque não a receberam e se esperasse mais dias, depois já não dava tempo de fazerem o visto e os passaportes chegarem cá. Por isso…lá vamos nós sem visto e vamos ter de tratar disso assim que chegarmos a Pequim com taxa de urgência. A vida no limite. Depois conto como correu.

Outros detalhes

Tive de comprar uma mochila nova para fazer o transiberiano. Por muito que ame a minha de 22L bem pequenina e goste de levar poucas coisas, neste caso tenho de levar roupa quente e fria e por isso não cabia. Mesmo comprando roupa térmica que ocupe menos espaço, não era possível. No entanto vou levar o mínimo de coisas possíveis na mesma. Para uma viagem na Ásia onde está quente, é o suficiente e não acredito no contrário 😉 #vivercomomínimo

E assim de repente…é isto 🙂 4 days to go!

Photo Credits: fdecomite

acrushon
1 Comment
  • Janete

    Uau!!! Obrigada pela partilha… eu e uma amiga muito querida espanhola adoramos falar sobre o nosso sonho de fazermos esta viagem 🙂

    Vou mostrar-lhe o teu blog para vermos o que podemos começar efectivamente a fazer nesse sentido… é um sonho, e temos que voltar a relembrar que eles existem para ser em concretizados.

    Desejo muita sorte e muitas aventuras na tua vida!

    14 Maio, 2016 at 19:15 Responder

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