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Quem és tu neste mundo? O Mundo será melhor depois de 2018?

Pois é, a malta já não vai para nova. Dá-lhe para para e pensar. Olhar à volta. Questionar e tentar entender este mundo de modo a poder melhorar, se é que isso é possível.

 

Quem sou eu?

 

É preciso entender as nossas origens para perceber quem realmente somos. Sou uma moça de Loulé, terra pequena que embora hoje em dia transborde de cultura, não era assim na minha altura quando há 16 anos a deixei. Sempre morei com os meus avós, gente humilde, típico casal que outrora foi emigrante em França, ela mulher-a-dias e ele pedreiro. Clássico cliché. Quando regressaram fizeram a sua casinha, com horta e uma pequena quinta. Borreguinhos, galinhas, vacas ou coelhinhos. Batatas, coentros, cebolas, frutas e legumes mil. O meu avô não sabe ler nem escrever, a minha avó tem a 4a classe. Embora a minha mãe viesse aos fins-de-semana, era ela também, uma pessoa muito focada no seu trabalho e com pouco tempo para se dedicar a enriquecer a sua vida com outras coisas menos fundamentais. Ser mãe e pai ao mesmo tempo nem sempre é fácil, é preciso entender isso. Ser filha única sem primos ou vizinhos da minha idade também não ajudou.

 

A Cultura

 

Com isto quero dizer que o meu primeiro real contacto com assuntos como cultura, economia ou política construíu-se na minha vida em Lisboa, onde habito há 16 anos. “E antes? Eras parolinha?” – Não, mas dedicava-me 100% a ter boas notas e à ginástica acrobática (que é linda!). Primeiro foi a cultura que tomou as rédeas e o controlo. teatros, cinemas, festivais, dança ou fado, opções para angariar conhecimento não faltavam. Muito por mais vontade de conhecer, do que a de estudar Ciências Farmacêuticas, Mestrado que acabei, mas ao qual sempre tive pouco amor. Era como aquela relação insossa que se mantém só porque gostamos de todas as outras coisas que a rodeiam. Quando se toma consciência disso é importante que os passos seguintes sejam providos de paixão e por isso decidi que só trabalharia em coisas que me fizessem feliz. Assim, tem acontecido com alguma sorte. Já trabalhei na Indústria Farmacêutica (pouco tempo porque não havia muita paixão), fui copywriter numa agência de publicidade, ajudei a lançar duas startups em Portugal e sou Directora Geral de uma empresa que promove um estilo de vida em que se pretende quebrar a barreira trabalho/lazer.

 

Viagens

 

Isto começou por ser um blog de viagens. Quanto mais se viaja mais mundo cabe em nós. Mais se quer descobrir e encontrar. Mais desejo ver. Mais desejo saber. Quero conhecer. Quero abraçar a diversidade e toda essa cultura por aí. Não há nada que me preencha mais. Depois de visitar mais de 50 países, só quero ver o que acontece nos outros que faltam e revisitar pessoas que conheci pelo caminho. Sonho com um mundo onde cada vez mais existam encontros de culturas sem um desejo de supremacia. Um respeito pelo outro. Um respeito pela diferença mesmo dentro da mesma pátria. Para lá caminhamos. Acredito que temos o que é preciso para que aconteça, mas conseguimos todos ver que os esforços não estão a ser alocados para que assim seja. É preciso mais de nós. O envolvimento de cada um. Precisei de entender mais sobre este mundo.

 

 

Estudar per se

 

Este ano resolvi voltar a estudar porque queria ganhar mais conhecimento. Enriquecer a alma, o espírito e a percepção. Depois de muita pesquisa decidi que queria tirar um Mestrado em Antropologia (Temas Contemporâneos). Isso levou a várias perguntas.

 

“Isso serve-te para quê?”

“Mas isso vai ajudar a subir na tua empresa?”

“Esse curso não tem imenso desemprego?”

(…)

And so on…

 

Estudar não está directamente ligado ao dinheiro que vamos ter no bolso. Ou pelo menos não deveria estar. A maneira como estamos a ser educados está de certo modo errada. Estudar deve ser um modo de aprendermos coisas que nos interessam. Sei bem o que foi andar seis anos (até mais) a tirar um curso que odiava porque “tinha boas saídas” e depois veio a crise de 2011 e as coisas afinal não foram bem assim. Claro que também pode acontecer que profissionalmente nos ajude a atingir um objectivo que temos, mas essa não deveria ser a premissa. Deveria ser um complemento.

 

O meu objectivo era aprender sobre uma área vasta o suficiente para tocar em vários pontos com os quais eu nunca tinha tido contacto porque toda a gente sabe que hoje em dia as notícias não são propriamente a coisa mais fidedigna. Ouvir o que outros têm a dizer pode ser interessante para nos estabelecer as correntes equilibradas de pensamento. Isso levou-me a conhecer mais pessoas, ler diferentes autores e interessar-me por mais coisas que nunca tinha pensado.

 

O Mundo será melhor depois de 2018?

 

A vida antes era mais fácil. Era beber uns púcaros, curtir e viver a dobrar sempre que possível. Mantendo uma parte disso, é também necessário olhar mais para a minha frente e provavelmente para os lados com uma maior intensidade.

 

Para além dos habituais focos no blog, resolvi criar uma secção em que possa mostrar as coisas maravilhosas que andam a ser feitas para tornar deste mundo um sítio melhor e por outro lado as preocupações que tenho. Acredito que estamos numa geração de mudança e que temos de ser mais presentes e rápidos a agir na rápida degradação do nosso planeta em todos as suas vertentes.

 

A ideia surgiu pelo desafio das 5 semanas sem plástico que foi provavelmente das coisas mais difíceis que tentei fazer porque a vida rodopia e não está preparada para querermos dar um passo atrás e às vezes é mesmo preciso. Vou tentar escrever sobre este desafio numa próxima publicação. Como este desafio que nos mostra onde podemos cortar com plástico, há mil outras coisas que tentarei abordar para despertar o vosso interesse sobre como podemos nós tornar este mundo muito melhor. Nomeadamente nas relações com os outros, com quem precisa de ajuda de alguma forma. Espero pelas vossas dicas também, que me mostrem trabalhos que andam a ser feitos por associações, pessoas incríveis com um coração maravilhoso e o que quer que sintam que é interessante explorar para em conjunto fazermos melhor.

acrushon
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