Lisboa, 21 de Dezembro de 2015

A eterna tarefa do amigo secreto do emprego. Aquela que nos faz moer a cabeça. “O que é que a pessoa gostará?”. Há amigos mais fáceis do que outros. Pode calhar-vos o colega de departamento a quem conseguem facilmente identificar um detalhe que o faça feliz ou alguém com quem simplesmente nunca contactaram mais do que um “Olá”. Este ano tive sorte. Calhou-me o “calhau”. E como eu própria também sou um calhau com perninhas, não foi difícil.

Despistei-a com alguns clichés que todos sabem sobre ela mas não tive tempo de pôr a minha estratégia em acção. Infelizmente durante o período natalício não tive oportunidade de a surpreender com pequenos chocolatinhos ou coisas fofas.  Isso também não seria coisa minha. Implicaria um esforço hercúleo porque ser fofa é algo que não combina completamente comigo. Ou pelo menos quando tem de ser premeditado.

Para mim dar coisas não é tão interessante como dar experiências. Coisas ficam numa estante perdidas ou num canto do armário. Experiências ficam para sempre na nossa memória. Boas ou más.

A minha amiguinha secreta tem um enorme fascínio por Paris e todos os anos tenta lá ir. Este ano não conseguiu. Por isso, pensei em lhe oferecer um roteiro personalizado de como encontrar Paris em Lisboa.

• Um pequeno almoço na “DéliFrance“
• Uma selfie à porta da embaixada de França
• Entrar no metro em Picoas
• Passar pela loja “Paris em Lisboa“
• Ver o “Paris, je t’aime“
• Jantar no La Parisienne
• Pegar na minha coluna portátil e dançarmos “I love Paris” de Frank Sinatra na Ribeira das Naus
• Comprar uma boina na Outra Face da Lua, pincéis e telas para do ponto mais alto de Lisboa, fingir que estávamos em Montmatre e pintar a vida da nossa cidade
• Pedir ao Rodrigo Meneses da Academia Time Out que fizesse um workshop de ratatouille
• Fazer uma prova de queijos franceses com vinho francês a acompanhar

Tudo ideias que me passaram pela cabeça. No entanto, lembrei-me que Amália cantou palavras sábias:

“Lisboa não sejas francesa
Com toda a certeza
Não vais ser feliz
Lisboa, que ideia daninha
Vaidosa, alfacinha,
Casar com Paris
Lisboa, tens cá namorados
Que dizem, coitados,
Com as almas na voz
Lisboa, não sejas francesa
Tu és portuguesa
Tu és só pra nós”

Achei que seria sacrilégio tornar Lisboa mais parisiense nesta altura de Natal porque ela é bela com a sua própria essência. Aliando isto à minha maior doença, tive uma ideia genial. Assim sendo e sem mais demoras…

Carolina…guarda o fim-de-semana de 22 de Janeiro porque vamos a Paris 🙂

Para aqueles que se questionam…mas esta miúda é rica? Oferecer uma viagem a uma colega de trabalho? Não, não sou. A Ryanair é que tem voos a preços pornográficos. Não se faz. Sim, eu tenho um problema.

 

Photo Credit: Thomas Claveirole