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Porto, a mulher misteriosa.

A verdade é que este artigo é altamente condicionado pela minha estadia no Porto estes dias.

O Porto transpira. Transpira mística, enigma e romantismo disfarçado. É uma mulher que desfila pelas ruas e ruelas e se esconde sorrateiramente. Tem um olhar azul Douro e um sabor adocicado que envelheceu numa barrica.

Para mim não há mesmo dúvida que é uma senhora. Uma senhora daquelas cheias de confiança, que sabe o que quer e vai para onde deseja. Veste roupa sombria que aquece colorida apenas junto a certas zonas com rabelos. Bebe copos nas Galerias e é boémia na Rua das Flores. Dança noite dentro. Sorri aos turistas que a visitam. Desmultiplica-se em estilos mil. Cria a sua própria tendência. Está na moda, rodopia e espalha coolness. Espreita pelo alto dos Clérigos e admira a sua própria beleza. Envaidece de simplicidade. Fuma com classe e pede sempre um Porto tónico. Acorda esborratada depois de comer a sua francesinha de madrugada.  Sabe que a vida se quer agitada e louca como se hoje fosse o último dia.

Balança o ordenado e arrumado com o abandonado e gasto. Conhece os tascos das vielas mais perdidas e mantém-os na sua vida porque a tradição é algo que a agita. Sabe que todos os caminhos vão dar à Rotunda da Boavista e por isso, nunca se perde.

Perde-se de amores na Foz, onde o rio que ama se mistura com o mar. Como um filho que sai de casa e ruma pelo mundo fora.

Abraça estranhos como hobbie e dorme com eles nos hostels da moda. Se houver lugar. Porque o Porto está sempre lotado. Porque o Porto é trendy e há sempre novos mistérios por desvendar.

 

 

Créditos Foto – OpenSource – Flickr – José Moutinho

Esta publicação também está disponível em: Inglês

acrushon
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