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Passar o ano a 31/12 está overrated.

O dia aproxima-se. O reveillón. Os portugueses, na sua grande maioria, foram convidados para várias festas mas estão até à última hora a decidir a qual irão. É o síndrome do mais fixe. Ganha o que for mais fixe. Porque todos querem poder dizer que tiveram a passagem de ano mais surpreendente e irrepetível. Aquela que ninguém está bem a perceber como foi incrível.

Pomos imensa pressão neste dia. Como em nós mesmos no geral. Neste dia temos de ser imensamente felizes e divertidos. Escolher o melhor vestido e desejar o melhor para o ano seguinte. Decidimos novas coisas. Novos desejos. Novas vontades.

Está overrated. Porque a felicidade nem sempre escolhe esse dia. E escolher um dia do ano para celebrar a mudança e as novas resoluções é muito mainstream. É preciso ter sorte que esse dia seja um dia sim para que o nosso optimismo seja realmente sentido. O ano passado escrevi sobre isto de um modo bem mais vago. Mal sabia que este ano o iria mesmo sentir na pele. Também descrevi como durante 3 anos organizei passagens de ano com este mote: “Traz um amigo também!”. Cheias de gente. Com o intuito de juntar os amigos todos e os seus amigos. Decidimos não organizar este ano. Também queríamos ter surpresas. Mas como tudo é realmente imprevisível, para mim este ano nem pode haver festa. Não vou estar perto dos meus malucos do costume. Não faz mal.

Volto a repetir o que disse no ano passado:

Sugiro que no próximo ano não esperem um ano para olhar para trás. Façam checkpoints pelo meio. Como se de uma corrida de estafetas se tratasse. Tal como nesta noite louca de passagem de ano, festejem brutalmente. Reúnam os amigos e bebam só porque sim. Porque é dia 22 de Abril e passa um ano desde que foi 22 de Abril. Em vez de passas comam amendoins ou pipocas salgadas. Em vez de champanhe bebam cerveja ou um bom vinho. Ou comprem uma viagem e vão passar a passagem do ano no dia 15 de Maio a qualquer lado. E tomem novas decisões. Decidam novas coisas. Analisem novamente tudo.

Na verdade, cada dia passamos um ano e há novas razões para festejar ou coisas que vamos querer mudar em nós. Os dias têm a importância que lhes damos.

Com o sentimento de que fiz isto durante todo o meu ano sei que o facto de hoje ter de passar a noite em casa a cuidar de quem precisa de mim não me pode custar. Porque assim que puder, vou festejar e celebrar como faço sempre. Vou viajar e rodopiar à chuva. Dançar toda a noite. Rir.

O copo é sempre meio cheio. Sempre.

Que venha o ano novo chinês. O carnaval. O 20 de Janeiro. Um dia qualquer aleatório do ano.

Photo Credits:Epic Fireworks

acrushon
2 Comments
  • Ana

    Quando chego a esta altura do ano penso sempre nisso que escreveste. Talvez não de forma tão estruturada, mas é tal e qual isso. Este ano não foi excepção – e o ano foi espectacular! Aconteceu-me imensa coisa fantástica, mas cheguei ao 31 e não tinha particular interesse em festejar, pelo menos não naquele dia (mais que não seja porque, tal como sempre, é um dia em que nada acontece). E isto deixa-me sempre um bocado aborrecida, porque 90% das pessoas à minha volta aparentam sempre estar num estado de felicidade insuperável.
    Enfim, começo a ser muito mais a favor dos «checkpoints» do que do grande reveillón – é como dizes, está overrated.

    2 Janeiro, 2017 at 16:52 Responder
  • MissLilly

    Eu passei o ano a dormir, foi uma noite como as outras. Estou ctg cada dia e para ser celebrado 🙂

    1 Janeiro, 2017 at 20:47 Responder

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