O Carnaval é para quem nasce com ele.
É-me difícil estar longe de casa. Nestes dias. Quem nasceu em Loulé, entende-me. Este Carnaval não consegui ir lá. Fiquei por Lisboa a organizar uma festa de máscaras e a tentar passar o espírito aos meus amigos mais alfacinhas. Dizem que é coisa da província. E o Rio de Janeiro?
Verdade que sou de uma cidade onde o evento mais importante do ano é o Carnaval. Onde não são apenas três dias, mas sim semanas. Onde escolher cada máscara e ser original é uma habilidade. Os primeiros anos que não consegui ir a casa, passei em Torres. Confesso que também adoro o Carnaval em Torres. Do mais velho ao mais novo, todos andam na rua e transbordam os seus sorrisos enormes na cara.
Desde pequena que no primeiro dia de aulas do 2ºPeríodo da escola liam uma circular a avisar que eram proibidas brincadeiras de Carnaval nas imediações da escola. Digamos que levávamos as coisas muito a sério. Ovos, guaches, graxa de sapato. Passava o ano a pensar em quem ia gastar os meus ovos. Quem era digno e merecedor. Íamos com macacões de mecânico para o corso e procurávamos por entre os milhares de pessoas, aquelas que queríamos mesmo ver. Os polícias bem nos revistavam mas nós arranjávamos mil estratagemas. Parece parvo, eu sei. Mas era demasiado divertido. Nem sei se aos dias de hoje ainda se faz porque já não consigo ir ao corso há uns 4 ou 5 anos.
Quando me dizem:
– “Não ligo muito ao Carnaval!”
– “Cá em Lisboa não há muito essa tradição”
– “O Carnaval não tem muita graça, o Halloween é mais giro”, ou algo do género, suspiro alto.
Passamos todo o ano a viver e, muitas vezes, a queixar-nos das nossas rotinas. O Carnaval é o momento em que podemos ser quem quisermos. Escolhemos personagens e vivemos histórias inventadas. Somos a Alice que se perdeu nas maravilhas do mundo. Somos o pirata que navega mares sem fim a beber o seu rum milagroso. Somos dos dourados anos 20. Somos super-heróis com super poderes. Uma infindável panóplia de personalidades. Durante três dias podemos encarnar outro alguém e mostrar toda a nossa veia teatral. O Halloween é dos americanos.
Não me digam que já são quem querem ser. Temos sempre algo ou alguém que gostaríamos de experimentar ser. Nem que seja para descobrir quem está atrás da máscara e conhecer novas pessoas, o Carnaval é sempre divertido. Dá mistério à vida. E acima de tudo, dá criatividade. Falta tanta criatividade nos dias normais.
Ps: Amanhã trabalho. Se vou a Torres, quem é que traz o carro? Em Lisboa não há tradição. Tenho saudade da minha terra. #boredtodeath
Photo Credits: juantiagues
LopesCa
Ok não vou dizer nada para não suspirares alto LOL
Blog LopesCa/Facebook
MissLilly
Tb cresci c o Carnaval de Loulé e enquanto era pequena achava piada depois comecou a ser o evento q era obrigada a ir sem gostar. Gosto de ver os carros e as mascaras mas a maior parte eram so bebados na rua. Eu sinto q posso ser e fazer o quero o ano todo pelo q n preciso do carnaval. Detesto a moda dos ovos podres no carnaval e beber ate cair so pq e carnaval. Gostava de um dia ir ao de Veneza. Aqui em Londres o carnaval e no verao 🙂 porém a Su adora carnaval e eu dispenso 🙂