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Madagáscar, a vida de um rio.

Olhava o rio. Todo o dia. Debaixo da sua sombrinha amarela pequenina gasta do sol. Desde que a luz dava vida à manhã até ao anoitecer. Via a vida do rio. A sua rotina. Os homens que apanham o peixe. Os barcos que passam cheios de gente e bens para vender no mercado de miandrivazo. Amanhã é dia de mercado. Há mais barcos que sobem o rio. Passam turistas de canoa. Vão ter a oportunidade de conhecer o seu rio e observar as suas margens. Cada recanto tem a sua história e o seu segredo. Em cada gota de água, a pintura de uma sobrevivência continuada. Sabia que o seu dia era semelhante ao anterior. Não corropia o seu pensamento porque era tudo o que conhecia. Nada mais existia. Aqui era o seu mundo.

Não se questionava. Não sabia. Acordava todos os dias e ajudava a família na labuta diária para que o arroz chegasse à mesa. Perguntava-se apenas de onde vinha aquela gente que queria conhecer o seu rio. Porque estavam ali? Porque se passeavam nas canoas que eram utilizadas para o trabalho quotidiano do seu lar. Quem eram estas pessoas? Estes “vazaha”?

tsiribihina

Perdi-me de amores por este rio. Pelas pessoas. Pelas paisagens. Pelo percurso introspectivo que tive e que me proporcionou. Durante três dias fiz um passeio de canoa por este local e absorvi uma série de emoções. Brevemente falarei sobre tudo o que aconteceu por lá depois de uma ausência durante uns dias para voltar à vida normal 😉 See you soon.

 

acrushon
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